domingo, 24 de junho de 2012


   Letra para uma sonata


Anjos e rosas,
         estrelas luminosas,
         noites de lua-cheia,
búzios na areia,
         inventemos na mente
         em cada dia
         da nossa fantasia,
         porque é urgente
         não permitir que morra a Poesia!

         Que ela supere os vasos de que é feito
         o nosso coração dentro do peito
         e nos eleve o pensamento
         ainda para além do firmamento!

         Há que engendrar
         rosas a esmo
         ainda que mesmo
         tão-só para cheirar!

         Eu quero, meu amor,
         montes de rosas bravas de toucar
         para te pôr
         nas jarras Vista Alegre a enfeitar
         no nosso antigo lar
         o teu retrato já sem cor,
         ó meu amor,
         que nunca hás-de morrer
         enquanto rosas eu puder colher,
         mesmo que unicamente
         de modo virtual em minha mente!

              João de Castro Nunes

         

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